segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

PASTORAL VOCACIONAL

Às vezes nos deparamos com algumas perguntas, as quais nos deixam um tanto quanto confusos. Afinal o que Deus quer de mim? O que Deus quer de cada um de nós? Qual, realmente, é minha vocação? Esses e outros questionamentos, muitas vezes nos levam a uma profunda crise existencial.
Mas, o que é vocação?

Vocação é uma palavra latina, vocare, que significa chamar. Daí vemos que, o ato da vocação é um eterno chamado para realizarmos alguma coisa, para nós e principalmente para os que estão à nossa volta. Há alguém que chama, e para que esse chamado seja concretizado é preciso que do outro lado tenha alguém que possa dar uma resposta sincera e consciente.

Nesta dinâmica, temos o chamado à vida como sendo o primeiro a que somos convidados. Se existimos foi porque um dia houve um sim, de nossos pais, os quais, com a anuência de Deus nos deram a vida. Este é o principal chamado, sem ele nada conseguimos fazer, daí a sua grande importância em nossa vida e principalmente na vida daqueles que almejam serem pais e mães.

Seguindo a nossa caminhada nos deparamos com outros chamados, os quais devem ser sempre pautados pela felicidade. Deste modo, alguns são chamados ao matrimônio, construir famílias, as quais devem ser o berço das demais vocações. Outros são chamados a uma vida celibatária, entregam-se ao projeto do Reino de Deus, tornando-se Padres ou religiosos (as).

E são nestes últimos chamados que queremos focar por um instante. Falar de vocação Sacerdotal e Religiosa num mundo tão materialista, às vezes, se torna um tanto quanto utópico. Muitas pessoas não conseguem compreender o real significado desta total entrega ao Projeto de Deus. Não conseguem entender quão grande é o Mistério que envolve tão belo chamado.

Olhando mais de perto a vocação franciscana, vemos que, Francisco, sendo rico, abandona tudo. Assemelha-se cada vez mais ao Cristo Pobre e Crucificado, “já não é eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. Deste modo, ainda hoje muitos são chamados a viver essa radicalidade de vida. Ouvir o chamado de Deus e seguir a Cristo, com o mesmo vigor de Francisco de Assis, movidos pelo impulso abrasador do Espírito Santo.

“O caminho da vida... franciscana exige firmeza, doação e responsabilidade assumidas por aquele que se sente chamado; portanto, para seguir o Senhor nessa perspectiva, é necessário ser pobre, que implica não ajuntar nada para si coisas, que são desnecessárias e que dificultam o caminho... é necessário ser casto, que exige da pessoa transparência, refletindo não a sua própria luz, mas, a luz de Deus na sua pessoa, assim, é amar cada ser vivente não com os olhos humanos, que só veem aparência física, contudo, ver com os olhos espirituais que ama cada um porque o Senhor o criou e se faz presente nele; é também desejar apenas ‘uma coisa só’(Lc 10,42a) o necessário, assim como Maria, a irmã de Marta; Ouvindo e seguindo o amor que não é amado, aquele que mais bem nos quer, o próprio Deus; é importante também ser obediente, que é “Negar-se a si mesmo”(Mt 16,24), a serviço de um bem comum, com generosidade e humildade, isto é, reconhecer a finitude do próprio ser diante do Senhor que age através das pessoas e em todas as criaturas”.

Deste modo, nós como Pastoral Vocacional Franciscana, estamos sempre abertos para acompanhar e acolher jovens que buscam um discernimento maior acerca de qual caminho deve seguir. Levando-os a dar uma resposta para as perguntas inquietantes que trazem. Afinal qual é minha vocação?

Deus chama cabe a nós estarmos atentos ao seu chamado. E assim com Francisco de Assis, poderemos dizer: “É isso que eu quero, é isso que procuro, é isso que eu desejo de todo o coração”. Assim seja!

Frei Jair da Cruz OFM





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QUEM SOU

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Anápolis, Goiás, Brazil
Frade Franciscano Menor, da Província do Santíssimo Nome de Jesus do Brasil, licenciado em Filosofia pela PUC-GO, atualmente é estudante do Curso de bacharelado em Teologia, no Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás - Ifiteg, Diácono em transição e Animador Provincial do Cuidado das Vocações Franciscanas.